Dr. Flávio Ponce

Hérnia Incisional

O que é a Hérnia Incisional?

A hérnia incisional é um tipo de hérnia que ocorre quando há uma falha ou fraqueza na parede abdominal no local de uma cicatriz de uma cirurgia anterior. Essa fraqueza permite que tecidos internos, como gordura abdominal ou alças intestinais, se projetem através da parede muscular, formando um abaulamento visível ou palpável sob ou próximo à cicatriz cirúrgica. Qualquer cirurgia abdominal pode, potencialmente, levar a uma hérnia incisional, e seu desenvolvimento pode ocorrer meses ou até anos após o procedimento original.

Quais são os Sintomas?

Os sintomas da hérnia incisional podem variar dependendo do tamanho e do conteúdo da hérnia, mas geralmente incluem:

  • Abaulamento ou Inchaço na Região da Cicatriz: Este é o sinal mais comum. A protuberância pode se tornar mais evidente ao ficar em pé, tossir ou fazer esforço.
  • Dor ou Desconforto na Área da Cicatriz: Pode haver dor leve a intensa, sensação de queimação ou pontadas na região da hérnia.
  • Alteração na Aparência da Cicatriz: A própria cicatriz pode parecer mais larga ou irregular.

É crucial procurar avaliação médica se o abaulamento se tornar muito doloroso, endurecido, mudar de cor ou se não for possível empurrá-lo de volta para dentro, pois podem ser sinais de complicações graves.

Como é feito o Diagnóstico?

O diagnóstico da hérnia incisional é frequentemente feito através da avaliação clínica e do histórico do paciente:

  1. Exame Clínico: O médico irá inspecionar e palpar a região da cicatriz cirúrgica em busca do abaulamento característico.
  2. Exames de Imagem: A Tomografia Computadorizada (TC) do Abdômen é muito útil, especialmente em hérnias complexas, pois oferece imagens detalhadas para o planejamento cirúrgico. A ultrassonografia também pode ser utilizada.

Quais os Riscos de Não Realizar o Tratamento?

Ignorar uma hérnia incisional sintomática ou que está aumentando de tamanho pode levar a diversas complicações:

  • Aumento Progressivo da Hérnia: Hérnias incisionais tendem a aumentar com o tempo, tornando-se mais volumosas e desconfortáveis.
  • Dor Crônica e Limitação Funcional: A dor pode se tornar persistente e limitar as atividades diárias.
  • Encarceramento: O conteúdo herniado pode ficar preso, causando dor intensa, náuseas e vômitos.
  • Estrangulamento: Se o suprimento sanguíneo do tecido encarcerado for interrompido, ocorre uma emergência médica que exige cirurgia imediata para evitar necrose (morte do tecido) e infecção grave.

Tratamento Cirúrgico da Hérnia Incisional

A cirurgia é o único tratamento definitivo. O procedimento, chamado herniorrafia incisional, pode ser realizado por via aberta (convencional) ou por técnicas minimamente invasivas (laparoscópica ou robótica).

O objetivo é reposicionar o conteúdo herniado e reparar o defeito na parede abdominal. Quase invariavelmente, utiliza-se uma tela cirúrgica para reforçar a área e reduzir significativamente o risco de a hérnia retornar.

A Possibilidade do Procedimento Robótico

A cirurgia robótica é uma técnica minimamente invasiva avançada que oferece vantagens significativas, especialmente em hérnias incisionais complexas. Com visão 3D ampliada e instrumentos de alta precisão, a técnica permite um reparo mais delicado, com potencial para menos dor pós-operatória e uma recuperação mais rápida.

Pós-operatório e Recuperação

A recuperação após a cirurgia de hérnia incisional pode variar dependendo da complexidade do caso. É fundamental seguir as orientações médicas.

  • Dieta: Geralmente, não há restrições dietéticas específicas após a recuperação inicial.
  • Dor: A dor na região da incisão é esperada e será controlada com analgésicos.
  • Cuidados com o Corte e Drenos: Mantenha a incisão limpa e seca. Em algumas cirurgias, um dreno pode ser deixado no local por alguns dias para remover o excesso de líquido.
  • Atividade Física: Caminhadas leves são incentivadas. No entanto, evite esforços físicos intensos e levantar peso (geralmente mais que 5-10 kg) por um período mais prolongado (frequentemente 6-8 semanas ou mais), para permitir uma cicatrização adequada.

Dr. Flávio Silverio de Almeida Ponce

CRM/SC 17572 | RQE Cirurgia Geral 11220

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